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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Memórias da Rainha Santa
Autor: Maria Pilar Queralt Del Hierro
Data de Publicação: Janeiro de 2009
Editora: A Esfera dos Livros
Páginas: 209
ISBN: 978-989-626-144-3
Frei Ramón de Alquézar, homem rijo e determinado, não levava mais do que uns pertences pessoais, um par de livros de orações e o precioso manuscrito de capa de couro que guardava com a sua vida nesta viagem até Roma. Por ele tinha abandonado o Convento de Olivar perto de Saragoça e quebrado os seus votos conventuais. O seu objectivo era levar este manuscrito ao Papa Urbano VIII e deixar provado que Isabel de Aragão, rainha de Portugal, merecia subir aos altares e ser considerada santa pela Igreja Católica. Através das páginas deste precioso manuscrito escrito pela mão da própria rainha, ficamos a conhecer a vida desta mulher que nasceu infanta de Aragão, no frio e inóspito mês de Fevereiro de 1271, em Espanha. Mas ficou para a História como Rainha Santa Isabel de Portugal, mulher de D. Dinis, mãe do futuro rei D. Afonso IV. Romance da Rainha, tornada santa, mas também da mulher que assistiu às constantes traições do marido, homem de muitas amantes e visitante habitual do Convento de Odivelas, e que deixou a seu cuidado muitos filhos bastardos para educar e cuidar. Culta, energética e corajosa, Isabel dedicou-se com humildade e piedade ao auxiliar os doentes e os mais necessitados, fundando ou patrocinando igrejas, mosteiros, hospitais e asilos. Quando termina de ler a última página do manuscrito, o Papa Urbano VIII está verdadeiramente enfeitiçado pela vida de Isabel de Portugal que acaba por subir aos altares a 25 de Maio de 1625. O pobre padre Ramón de Alquézar não coube em si de contente. Estava cumprida a sua missão.
A história contada na primeira pessoa é muito emocionante. Fica-se com uma nova perspectiva da vida de uma princesa e depois rainha, a qual não pode fazer o que lhe apetece tendo de sujeitar-se aos caprichos das alianças políticas, casando sem conhecer o marido e o qual muitas vezes nem sequer chega a amá-la, usando-a mais como uma procriadora que gera herdeiros do que uma mulher com sentimentos.
Uma pequena história que não deixa de ser grande.
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