A Canção de Kali
Autor: Dan Simmons
Data de Publicação: 2005
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 240
ISBN: 9728839340
"Robert Luczak, jornalista e editor, é enviado a Calcutá para recuperar um manuscrito de uma raridade incalculável. O seu autor é um obscuro poeta indiano que morreu há quase dez anos. O manuscrito, no entanto, é mais recente, e estranhos rumores dizem que o autor ressuscitou para escrever essa obra."
Comecemos pelo fim. Gostei.
Um livro razoável mas não brilhantes na minha modesta opinião. Muito desequilibrado, com altos e baixos de interesse. O autor não sabe gerir o livro e dá-lhe em vários momentos demasiada "palha". Prolonga demasiado a "espera" pelos acontecimentos.
Dividiria o livro em três partes.
A primeira muito interessante, descreve a viagem do jornalista com a sua família para a Índia.
As descrições estão tão boas que por vezes sentimos-nos atormentados com as imagens que nos trazem. O lixo, os cheiros, os barulhos infernais. A violência desmedida, o calor sufocante. Tudo isso é-nos descrito de tal modo que sentimos que tudo aquilo é real e possível e nada exagerado. É descrita a chegada, o aeroporto miserável, os pedintes e arrumadores capazes de se matarem por meio dólar, o hotel.
Depois de "Bobby" se encontrar com a Associação dos escritores, é convencido pelo guia a ouvir uma outra versão dos acontecimentos que envolvem o reaparecimento do poeta Das. A história que Bobby ouve, para mim é talvez a melhor parte do livro. Aquela que nos consegue aproximar mais da realidade de Calcutá.
A segunda parte do livro vai até à "reencontro" de Vitoria. A segunda parte não está tão bem conseguida como a primeira, não está tão fluída. Continua a narrar a violência e a miséria de Calcutá, contudo não é tão eficiente. Enquanto que na primeira parte ficamos espantados, boquiabertos com o que vamos lendo nesta segunda parte, começa a ser apenas repetitivo. E mais do mesmo. Os acontecimentos sucedem-se e por momentos o autor parece que perdeu as "rédeas" do livro.
Chegamos a um ponto em que a historia já terminou, mas em que ainda não sabemos o que realmente estava ali a acontecer.
A terceira parte, é um disparate completo. Tudo aquilo, chama-se encher chouriços: Bobby fica desesperado, Bobby está desempregado, Bobby empregado, Bobby a beber, mulher de Bobby com depressão, Bobby compra arma, ouve a canção de Kali, vai a Calcutá e depois afinal já se arrependeu, Bobby volta para EUA, faz as pazes com a mulher, muda de casa, arranja outro emprego, morre o amigo editor... blá, blá, blá... completamente desnecessário e arreliante.
Parece estranho eu dizer que gostei, o que acontece é que tinha muitas expectativas em relação ao livro e fiquei desiludida.
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