segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O Som e a Fúria

O Som e a Fúria 

Autor: William Faulkner
Data de Publicação:
Editora: Colecção Unibolso - Editores Associados
Páginas: 319
ISBN:

Sinopse
"Publicado em 1929, "O Som e a Fúria" é o quarto romance de Faulkner (1897- 1962) e a sua primeira obra-prima. Como outras obras fundadoras da ficção moderna, não é de leitura fácil, mas compensa amplamente o esforço. Faulkner narra a decadência de uma família outrora aristocrática do Sul dos Estados Unidos, os Compson, centrando- se no destino trágico de Caddy Compson e da sua filha, Quentin. Mas durante largas páginas não sabemos nada disto, já que o autor recorre às memórias e aos solilóquios interiores de três irmãos de Caddy, e nenhum deles é uma testemunha fiável."

Dividido em quatro partes, narrado por diferentes personagens com diferentes discursos narrativos, é uma obra bastante complexa e cansativa na primeira metade do livro.

No primeiro capitulo, não se entende verdadeiramente o que se está a passar. Os nomes das personagens surgem sem haver contextualização, o espaço temporal e físico não é respeitado. Há constantes saltos narrativos e confusões intencionais. Aos poucos percebemos que estamos "na cabeça" de Benjy Compson, um atrasado mental de 33 anos, o mais novo dos filhos, o narrador desta primeira fase. É-nos mostrado alguma da estrutura familiar, alguns dos problemas que afectam a família, mas sem entender-mos verdadeiramente quais os problemas. Neste capítulo é necessário seguir a leitura sem nos preocuparmos em perceber quem é quem. Apenas precisamos de "ver" o que Benjy via.

A segunda parte é narrada por Quentin Compson, o filho mais velho, enviado para Harvard após a venda dos últimos terrenos da família, é visto como a esperança para a recuperação do nome de família. Perturbado pela paixão, vive atormentado com a promiscuidade da irmã. Todo o capítulo passa-se num dia de Quentin, em que viajamos pelas memórias da adolescência. É a parte mais cansativa da narrativa, acompanhamos Quentin pelo dia de passeio, pelas memórias que mantém da irmã, pelos discursos confusos e obcecados da mãe. Fez-me parar na primeira tentativa de leitura e só com algum esforço, e cuidado em pesquisar sobre a obra é que consegui passar este capítulo.

A terceira parte é narrada por Jason Compson. Nesta parte com um ritmo narrativo bastante mais eficaz, conseguimos finalmente pintar o quadro familiar. Jason é uma personagem muito interessante, de mau carácter, invejoso e ganancioso. É contudo com ele que percebemos o que se passou com as personagens anteriores, o "castigo" de Benjy, o casamento de Caddy, a desgraça de Quentin. Conhecemos uma nova personagem Quentin, filha de Caddy, assim como podemos finalmente "conhecer" Caroline, mãe dos Compson, uma mulher doente e abalada pela desgraça do nome de família e amargurada pela constante "desconsideração" por parte dos filhos.

Na última parte do livro, Dilsey, a empregada da família Compson mostra-nos o fim da família que acompanha. “Vi o começo e agora vejo o fim.

Em resumo, a segunda parte do livro marcou-me tanto negativamente que não consigo dizer que é um bom livro. Considero-o um livro que é salvo pela 3ª e 4ª parte e cujo autor definitivamente sabe escrever.

Links interessantes sobre a obra:
Mundo de K


Livros sem Critério

Publico Mil Folhas

4 comentários:

Adeselna Davies disse...

lê o "As I lay dying" :) é menos confuso e o fim é muito cómico!

Alexandre Kovacs disse...

Obrigado pela citação ao blog Mundo de K!

Unknown disse...

Kovacs, gosto muito do seu blog. Tem sempre opiniões cuidadas e pormenorizadas.
Abraço.

Anónimo disse...

Tô desistindo na primeira parte... não gostei