quinta-feira, 7 de abril de 2011

ASA / Público: Os Incontornáveis da BD - Volume 4

Adéle Blanc-sec

Autor: Tardi
Data de Publicação: Março 2011
Editora: ASA/Público
Páginas: 111
ISBN: 978-989-23-1302-3


O quarto livro dos incontornáveis da Banda desenhada, editada pela ASA/Púlico, contem "O Sábio Louco" e "O Demónio dos Gelos". "O Sábio Louco" consiste no terceiro volume de Adèle Blanc-Sec, volume este já editado pela Bertrand assim como o volume 4, mas cuja continuação, volume 5, ainda falta editar. Uma escolha deveras estranha, reeditar um volume solto, quando se poderia continuar com algo inedito. O "O Demónio dos Gelos" consiste num inédito a preto e branco com um volume apenas.

Em Janeiro de 1912, Paris treme de frio. Adele Blanc-Sec sente-se perseguida na rua e agride violentamente Robert Esperandieu. Afinal, o pobre homem apenas queria convidar uma "rapariga tão bonita" para ver uma coisa extraordinária: dar vida a um homem•macaco com 300 mil a 400 mil anos que estava conservado em turfa gelada, algures na Sibéria...


O Demónio dos Gelos, que completa este álbum, é uma deliciosa história dos "verdes anos" de Jacques Tardi. A aventura inclui ingredientes que viriam a tornar-se recorrentes com o passar dos anos: sábios loucos, um misterioso monstro tentacular, pessoas congeladas e maravilhas científico-tecnológicas são algumas das peças com que Tardi tece a malha narrativa desta paródia tragicómica inspirada pelas Vinte Mil Léguas Submarinas, de Júlio Verne. Mas esta não é a única presença tutelar da história, desenhada a preto e branco, cujo traço faz lembrar intencionalmente o ilustrador Gustave Doré. Nesta exposição de uma particular visão do mundo – a perversão generalizada dos homens e os seus comportamentos intrinsecamente demenciais – iria Tardi ancorar; nos anos seguintes, uma parte essencial da sua obra, bem traduzida nas narrativas que têm os horrores da Primeira Grande Guerra Mundial como tema central...


O Sábio Louco





A leitura do primeiro volume - O Sábio Louco - foi bastante chata e desinteressante. Se por um lado o desenho nos dá uma imagem excelente da paisagem envolvente (monumentos, carros e maquinaria), perdendo-se mesmo em pormenores minuciosos e belos, já as personagens são por vezes esboços que parecem inacabados e com rostos demasiado semelhantes entre si. Por outro lado a história é bastante desinteressante para alguém que não leu os volumes que se encontram para trás ("Adèle e o Monstro" e "O Demónio da Torre Eifel").


O segundo volume é bem pelo contrário, uma maravilha a nível de desenho, um trabalho fabuloso a preto e branco que demonstra claramente estarmos perante um autor que sabe desenhar. A história não será excelente, mas pelo menos "engraçada".



O Demónio dos Gelos





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