sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Como um rio sem pontes

Como um rio sem pontes 

Autor: Guilherme de Melo
Data de Publicação: 1992
Editora: Círculo de Leitores
Páginas: 170
ISBN:

 

Guilherme de Melo é para mim um dos grandes autores portugueses. Adoro a escrita, nada presunçosa, mas elegante e com um excelente ritmo. Uma escrita com musicalidade, não há quebras no discurso, as frases sucedem-se e encaixam-se na perfeição, sem nunca nos fazer recuar no texto para o perceber. Não é excessivo na adjectivação, mas "desenha-nos" com perfeição as personagens. Como podem perceber adoro o autor.

Aborda usualmente os temas da homossexualidade e da guerra colonial, assim como o retorno dos portugueses que viviam nas antigas colónias portuguesas. Neste "Como um rio sem pontes" - um belo título, diga-se de passagem - "ouvimos" a história de Miguel, este encontra-se internado no hospital recebendo as visitas regulares do pai. Enquanto a personagem nos conta como chegou ali, vamos percorrendo a sua infância, a sua brusca saída de África, o seu percursos em Lisboa e toda a história familiar.
Miguel com 30 anos é toxicodependente, encontra-se internado com SIDA em estado terminal, e é com muita ternura que o leitor o "acompanha" na viagem final.

Uma história intensa e mesmo após 18 anos, ainda muito real e actual.

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