terça-feira, 1 de outubro de 2013

A Herança do Vazio

 
 



Autor: Kiran Desai
Data de publicação: Março de 2007
Editora: Porto Editora
Páginas: 413
ISBN: 978-0241-1434-83


Neste magnífico romance, vencedor dos Man Booker Prize 2006 e National Book Critics Circle Award, Desai como que cria uma tapeçaria em que todas as personagens partilham uma herança comum de impotência e humilhação. E, com uma mestria sublime, consegue, ao longo de toda esta poderosa saga familiar, deixar sempre em aberto um desfecho de esperança ou de traição.

No nordeste dos Himalaias, numa casa isolada no sopé do monte Kanchenjunga, vive Jemubhai, um velho juiz amargurado, que tudo o que quer é reformar-se em paz, na companhia da única criatura a quem é capaz de dar algum afeto, a sua cadela Mutt. No entanto, a chegada inesperada da neta órfã, Sai, abalará o seu sossego, obrigando-o a remexer as suas memórias e a repensar a sensação de estranheza na própria pátria.
 Tudo isto se acentuará com o romance entre Sai e Gyan, um nepalês que se envolve numa revolta que alterará inquestionavelmente a vida de Jemubhai.
A serenidade da vida do juiz contrasta com a existência do filho do seu cozinheiro, Biju, que saltita sucessivamente de restaurante em restaurante, em Nova Iorque, à procura de emprego, numa fuga constante aos Serviços de Imigração. Julgando que o filho leva uma vida boa e que acabará por vir resgatá-lo, o cozinheiro vai arrastando os seus dias.
Numa escrita inesgotavelmente rica e complexa, com rasgos de exotismo, a autora retrata temas tão atuais como a globalização, o colonialismo, o racismo, o abismo entre pobres e ricos e a imigração.



De início adorei a história, mas conforme a narrativa foi desenvolvendo, o que para mim não desenvolveu nada é tudo muito parado, cheio de mais do mesmo, parece uma eterna repetição, e então a coisa começou a arrastar-se.
Nos termos de vista a conhecer um pouco melhor como se passa as coisas entre os vários estratos da sociedade  indiana, é um bom indicador mas confesso que estava à espera de um pouco mais de acção, sem ser revoltas, greves, protestos, por vezes até parecia que estava a ler o roteiro de um telejornal de cá.
Penso que esperava mais um romance que a vida real romanceada.



2 comentários:

Fiacha disse...

Olá,

Pelo que percebo o livro te muito potencial, gostei da sinopse e por vezes um bom livro não necessita de muita ação, mas talvez seja um pouco descritivo e acabe por não avançar muito.

Acredito que se fique a conhecer um pouco melhor a região :)

Bjs

Angelina Violante disse...

Não é só as descrições, é a maneira como a história está contada, acho que se a narrativa abrangesse mais personagens e saísse um pouco mais da relativa segurança daqueles protagonistas a coisa podia ter sido diferente.