Autor: Cory Doctorow
Data de Publicação: 2011
Editora: Editorial Presença
Páginas: 368
ISBN: 978-972-23-4513-2
Sinopse
Marcus é um adolescente de dezassete anos para quem a internet e as novas tecnologias não têm quaisquer segredos. Um dia ele e os amigos vêem-se no sítio errado à hora errada e são apanhados no rescaldo de um ataque terrorista em São Francisco. Levados pelo Departamento de Segurança Interna para uma prisão secreta, são interrogados dias a fio até serem libertados - todos menos um. Marcus está determinado a descobrir o que aconteceu ao amigo numa cidade em estado de sítio onde todos os cidadãos são tratados como potenciais terroristas. Isso deixa-lhe apenas uma opção: começar um jogo perigoso com o governo...
Prémios
Prometheus Award 2009
John W. Campbell Memorial Award 2009
Sunsurst Award 2009
Este foi o primeiro livro sugerido para o clube de leitura Bertrand do Porto, organizado mensalmente na Bertrand do Grand Plaza no Porto, penso eu no mês de Maio. Não conhecia o autor nem a obra e o título agradou-me por ser uma referencia explicita ao Big Brother do 1984 de George Orwell, livro este que eu adoro e que se encontra na minha lista de livros preferidos. Se parti para a leitura deste livro com altas expectativas, terminei-o com vontade de bater com ele na cabeça de alguém.
Para começar é um livro juvenil o que até não seria um problema se me tivessem feito essa nota antes de eu o começar a ler. Além de ser um livro para jovens é também um livro com personagens demasiado “cruas” e muito básicas exatamente para agradar a um público mais jovem. É um livro cheio de acção como será de esperar, mas ao mesmo tempo, é contraditório por ser muito informativo a nível de tecnologias, descrições de sistemas informáticos e sistemas de segurança (criptografia, chave pública e chave privada, etc.). Chega mesmo a explicar a lógica por trás dos sistemas de segurança ao pormenor. O que não considero nem um pouco lógico, é por um lado ter uma escrita básica e personagens simples e por outro ter descrições pormenorizadas de criptografia. Em vários momentos fiquei convencida que o autor estava era a doutrinar o leitor para usar criptografia.
De resto, o livro baseia-se num “9 de Setembro” desta vez em San Francisco, onde um grupo de miúdos que, por se encontrar na zona do atentado, é interrogada por vários dias. A segurança interna ganha poder com o atentado e passa a ser inquestionável, um pouco à imagem do que se passou nos EUA após o atentado do 9 de Setembro. A personagem principal – Marcus, revolta-se com a situação de perder a liberdade de expressão, a liberdade de poder ir onde quiser sem que a segurança interna o interrogue sobre os estranhos padrões que detectaram no uso do passe, ou o porquê de ter estado fora de casa até tão tarde. Marcus sente-se especialmente obcecado com o facto de todo o tráfego de internet ser vigiado pela segurança interna. Assim, de obstáculo em obstáculo, a personagem tenta ultrapassar cada medida de segurança que o afasta da sua liberdade.
Como já referi as personagens são muito elementares e a história gira em volta de um grupo de miúdos. Os adultos são todos um grupo de imbecis na óptica da personagem, assim como todos os problemas são resolvidos apenas por si.
Um livro que não achei interessante e também achei uma escolha infeliz para o clube de leitura. Para além do referido este é um livro que só muito marginalmente se pode enquadrar no género pretendido.
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