tag:blogger.com,1999:blog-8905059418369034860.post740182945486340842..comments2023-10-28T11:41:04.406+01:00Comments on Muito para ler: Sétimo CéuAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/00489368670260501465noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-8905059418369034860.post-47031124912274950392010-07-09T17:49:35.924+01:002010-07-09T17:49:35.924+01:00Sujeição Ante o Resultado Acontecido...
Ao luar, ...Sujeição Ante o Resultado Acontecido...<br /><br />Ao luar, entre as diatribes da luz<br />Das coisas, das sombras esmaecidas<br />Recordo agora, havia biliões de rosas<br />Vermelhas, quase todas se tida jus<br />Houvesse no dizer, caídas, esquecidas<br />Entre as estantes, sobre as mesas<br />Acocoradas aos cantos, acetinadas<br />Folhas entre as demais páginas<br />Espelhando os sentidos nos sentires<br />Embora eu, ao ver-te assim repartida<br />Clonada pela refracção das lágrimas<br />Te fizesse em absoluto reflectida, <br />Cuidasse serem cada qual tu apenas<br />Noutra forma desigual às pequenas<br />Surgidas dos canteiros e jardins<br />Dos beirais, esquinas, nuvens, sebes<br />Alucinação de louco entre querubins<br />Não destrinçando minha sede das sedes<br />Que todas as flores, lírios, jasmins<br />Orquídeas, hortênsias, cravos, alecrins<br />Estevas, afinal, que todas por igual têm<br />Achando a minha maior, mais imperiosa<br />Como nenhuma outra, e que mais ninguém<br />Tivera já, ao ver em tudo e todos só rosas<br />Rosas, e rosas, e rosas de pétalas acesas<br />Simplesmente porque tu as foste ou és<br />Entre as estantes, os arcos, as devesas<br />Sentada, caminhando, sobre cadeiras<br />Nas muralhas, claustros e seteiras<br />Arrumando o carro na berma da estrada<br />Descendo a rua ou subindo a escada<br />Entrando na sala de aula na tua escola<br />Vindo do café, lendo revistas ou tão-só<br />Navegando na Net e ouvindo meu dó<br />Pedido não trinado por qualquer viola<br />Mas antes no desmedido obstinado <br />De um coitado ansiando pela esmola<br />Da tua atenção, do teu tempo e olhar<br />Insistindo, porém insistido no rimado<br />Exagero requerido de poemas a dançar<br />Numa roda de dizeres repetidos sem fim<br />Na crença tida que ao ver-te em todo lado<br />Tu venhas um dia, enfim, a reparar em mim.<br /><br />Todavia acordado, até no quotidiano viver<br />Durante as tarefas como nas conversas tidas<br />Ao fazer as compras nos hipermercados<br />Quando pelo autocarro espero, subo, desço<br />Escrevo recados, de manhã ou ao entardecer<br />Avalio as escritas passadas já imprimidas<br />Descoso as entretelas de filmes visados<br />Arrumo a casa, lavo a louça, e no avesso<br />De mim me viro para corar o íntimo ser, <br />Então, continuo a ver rosas onde rosas via<br />Flores atrás de flores a cada hora, cada dia<br />Segundo a segundo a cada e todo o instante<br />Feitas de jade, porcelana, diamante<br />Esmeraldas, quartzos, pérolas, rubis<br />Quer nas velas sobre o oceano navegante<br />Quer nas serras e descampados primaveris. <br /><br />Estendidas sobre toalhas das praias e areais <br />Na relva das piscinas campestres e barragens<br />Nos rios, tombadilhos de barcos, nas carruagens<br />Do Metro, discotecas, esplanadas, jornais <br />E revistas, em fotos e quadros e textos originais<br />De poetas inéditos como dos clássicos antigos<br />Que mais não escreveram do que palimpsestos <br />Dos meus, envelhecendo-lhe eras e contextos<br />Dando-lhe atmosferas idas e velhos artigos<br />Ou arcaicas cantigas de amigos e madrigais. <br /> <br />Pois bem: a essas flores, oriundas das cascatas <br />Das ondas, numa vaga de espuma e incenso<br />Tão vivazes, ríspidas, vagabundas e insensatas<br />Amei-as todas, por causa de uma, em que penso!Joaquim Maria Castanhohttps://www.blogger.com/profile/13601095424407490659noreply@blogger.com