quarta-feira, 4 de junho de 2008

Tal mãe tais filhas


Tal mãe tais filhas
Pierre
Louÿs


Aqui está um livro que me deixa sem palavras para o descrever... isto para não utilizar palavrões no blog.

Comecemos por descreve-lo como um livro pornográfico. Sim, não é um livro erótico, nem ligeiramente "picante" é simplesmente pornográfico. Muito descritivo, sem se cortar nas asneiras, nem nos palavrões, vai completamente a direito, sobre quem, como e onde. Não posso negar que está bem descrito. Em certos momentos o autor consegue até ser bastante sensual e excitante, mas no parágrafo seguinte consegue ser horrendo e nojento. O autor joga com estes opostos, entre a repulsa e o desejo do leitor. Abrindo o livro ao calhas encontra-se com 99% de certeza uma descrição... de um acto sexual (fica mais bonito assim).

Para ficarem com uma ideia, o livro começa com o narrador a dar uns apalpões e um beijos a uma miúda de 14 anos nas escadas do prédio, de seguida leva-a para o seu apartamento (nunca contra vontade dela) e começa o "contacto" com a mãe e as filhas.
Diverte-se então com a pequena
Mauricette de 14 anos, sai e vem de seguida a mãe, Teresa nos seus 36 anos, que lhe manda de seguida a sua filha mais nova, Lili nos seus 10 anos. Pela noite vem Charlotte de 20 anos. O narrador vai descrevendo as diversões em que se mete com as 4. Em comum as 4 têm o facto de serem prostitutas, inicializadas na "arte" pela mãe pelos 8 anos e todas apenas gostam de sexo anal.

Como se pode ver é de fugir. E nesta pequeno resume, eu suavizei muito os termos como podem imaginar.

Nada deixa a dever ao Henry Miller no Opus
Pistorum, sendo às vezes até mais agradável de ler.

Nota: Depois deste livro, tive alguma curiosidade sobre o autor, farei então a partir deste livro uma pequena nota biográfica, para se poder perceber um pouco mais sobre os autores.

Nota Biográfica de Pierre Louÿs

Nota Biográfica de Pierre Louÿs

"... poeta, romancista e contista francês, chamava-se Pierre Félix Louis nasceu em Bélgica a 10 de Dezembro de 1870. A mãe era neta de Louise Junot, irmã do duque de Abrantes e do Dr. Sabatier, médico de Napoleão e um dos fundadores do prestigioso Instituto de França, composto de cinco classes, entre as quais a célebre Academia Francesa.

Depois de ter seguido, até à Retórica, os cursos da Escola Alsaciana, foi frequentar Filosofia para o Licei Janson-de-Sailly. Quando já se encontrava no Licei Henri IV, firmou amizade com André Gide (prémio Nobel de literatura de 1947) e escreveu as primeiras estrofes românticas e sensuais.
Depois em Montpellier, relacionou-se com Paul Valéry, por quem nutriu uma admiração profunda; a pensar nele, fundou
La Conque, pequena revista luxuosa destinada a acolher poesia muito grande."

Casa em 1899, casamento este que dura 15 anos. Conheceu pessoalmente Stéphane Mallarmé, Oscar Wilde, José Maria de Hérédia, François Coppée, etc. Morre por doença em 1925.

"A erudição sólida de Pierre Louÿs e o seu génio instintivo de mistificador alcançaram (...) uma desforra sensacional com a publicação de
Les Chansons de Bilitis, numa tiragem de apenas de 500 exemplares para bibliófilos que, todos eles e toda a crítica, a receberam como uma indiscutível obra-prima desconhecida da bela cortesã Bilitis, a quem a imortal Safo iniciara em Lesbos «na arte de cantar em frases rítmicas» e também nas cerimónias amorosas indispensáveis a una saúde perfeita! Hoje é considerado «um dos mais felizes espécimes de poemas em prosa jamais concebidos na língua francesa»."

Entre as suas obras destacam-se La Femme et le Pantin, "que foi a obra que melhor resistiu à evolução dos gostos", obra esta que foi adaptada ao cinema: The Devil is a Woman, 1935 - Josef von Sternberg; La Femme et le Pantin, 1958 - com Brigitte Bardot, de Julien Duvivier; Cet Obscur Objet du Désir, 1977, com a «mulher» repartida entre Carole Bouquet e Angela Molina, realizado por Luis Buñuel.

Les Aventures du Roi Paulose (1901), Sanguines, Pervigilium Mortis e o romance Psyché (1927) terminam o grupo de obras de Pierre Louÿs assinaladas em todos os compêndios literários de uso corrente.